Ninguém me
avisou, e agora eu sou torta.
Vagante ser,
sem ancoragem na razão.
Repito os
mesmos erros, dos mesmos jeitos, entorno os mesmos corpos, e beijo os mesmo copos.
Tão condenada quanto ao mito de Sísifo, a empurrar uma pedra até o topo de uma montanha só para ver a mesma pedra rolar para baixo eternamente.
Pedra maçante
de obrigações e expectativas, esmagando meu destino com o peso do idealizado.
Longa trilha sem saída, sempre cheia, cheia de
gente, de ignorância, de obscuro, de alegria, e completamente cheia de vazio.
Cumpro a risca meu castigo rotineiro de corpo pela trilha de missões acorrentadas, mas o ser vagante sente a fome do abismo, quer ser libélula da morte, voar, morrer, matar o mito e ser livre numa outra eternidade. Como nunca se pode ser aqui.