Algemada e amordaçada por doces vícios que amargam a vida, decepcionante é não se decepcionar de tanta decepção, eu me saboto e ganho de w.o sendo muito boa no que eu sei fazer de pior, minha vida é um sadomasoquismo com regência e maestria.
Eu gosto tanto disso, do estrago, decadência, eu acho auto destruição lindo! E ao fechar os olhos e me ver por dentro lá é quente vermelho e aconchegante como no inferno que é o meu lugar.
E Eu gosto, ta errado eu gosto.
Nas minhas várias versões todas elas são tão eu que administro essa ambivalência mastigando os meus dedos até sangrar, porque tudo que é meu tem que ser dilacerado.
E não pense que eu sou uma pessoa ruim por isso, tenho o dom de acalmar corações desesperados, eu desejo bálsamo pra quem não quer o sofrimento, eu amo o meu externo, amo demais, da forma mais pura e inocente, mas pra mim, pra dentro de mim eu prefiro mutilações de guerras sem causa, não gosto de estar em paz o que eu gosto é disso, eu gosto de ter uma ferida aberta, eu gosto de ser uma ferida aberta.
Assistiria eu praticando necrofilia com meu próprio corpo dando gargalhada, se isso fosse possível, fico imaginando se seria maior a minha dor ou satisfação se eu fosse torturada, até que eu tento disfarçar toda essa minha forma estranha de me amar não me amando e cumprir meu papel de sem graça o que quase nunca consigo porque o meu jeito é contrário, mas é quando eu faço coisas ruins comigo que eu sei quem eu sou e anseio sempre querer superar fazendo pior ainda, eu não sei onde eu posso chegar, e eu gosto disso, o dilema é que não se machuca a si mesmo sem machucar a quem te ame, e é por isso que eu preciso de uma salvação.
segunda-feira, 28 de julho de 2014
segunda-feira, 21 de julho de 2014
Cuspindo desabafo no prato
Naquele dia
eu fui embora. Fui embora porque vi que eu não podia fazer mais nada, eu fui
porque você nunca me surpreendeu, eu não queria muito e até hoje não quero, mas
você fazia sempre um pouco menos que nada.
Precisávamos
demais um do outro, e era só isso. Eu fui embora e deus sabe o quanto me entristece ter que ter tanto egoísmo em dizer que a culpa é sua. Me entristece
mais ainda ter que dizer que eu deveria ter ido embora antes, muito antes,
lembro o dia e a situação perfeitamente, você me mandou embora, eu voltei e
você quis. E apesar das inúmeras vezes que você me mandou ir quando fui de
verdade foi por conta própria.
Eu pensei
que ia ser diferente, (a gente sempre pensa né) pensei que dessa vez eu não
iria ter um relacionamento frustado como os outros, achei que tinha aprendido o
suficiente com doses de tequila sofrimento e maturidade, e eu aprendi, tanto
que não estou sofrendo, estou lamentando, lamentando as brigas sem razão, a
raiva, a angústia, as conversas que terminavam com você colocando a culpa em
mim em situações que o bom senso evidentemente resolveria se você soubesse
dialogar com a inteligência que possuí para outras coisas.
E o meu
maior lamento é que eu não precisava ter ido embora, porque eu nunca deveria
ter ficado, foi mais difícil te amar do que te esquecer, eu não deveria ter me
dado esse trabalho, e eu sabia, é por isso que por todos os outros eu sofro, e
muito, mas por você eu lamento.
quinta-feira, 17 de julho de 2014
Lobolambe
Numa
floresta tomada de um extremo verde escuro onde a umidade afoga os pulmões em
água, o desconforto e o espírito sinistro do lugar devem ser ignorados, para
que se agucem audição e olfato.
Rosnados
perturbadores perdidos em eco. O lobo negro corre sem direção, corre tentando
escapar de seu habitat de tormentos, sua consciência desconhece sentimentos
humanos e a fuga também é a procura de sua única satisfação.
Não há uma
matilha, e sua companhia é o som de sua respiração fria, após um longo tempo,
que não se pode ser medido de maneira habitual, cronológica ou precisa, o lobo
negro com sua pupila em risco horizontal, segue o forte brilho através das arvores em borrão mas o que lhe indica tal
caminho com tanta certeza é o cheiro da presa mais fácil de ser abatida, a mole
e fraca carne humana.
O lobo corre
de volta a sua floresta, ela pertence a ele e ele a ela após sua refeição sagrada, com o focinho brilhante em
vermelho de sangue ainda não coagulado, suas unhas e dentes penduram carne
desfiada ainda quente, a língua saboreia sal água e ferrugem, o instinto da
morte é o sentido de sua existência selvagem e animal, o êxtase de sua força e
poder é ver a vida sucumbir olhando para ela no fundo dos olhos.
É a noite do
lobo dilacerador de almas.
O amanhecer
desperta uma garota nua com o sol ferindo seus olhos negros, ela está coberta
de sangue que não é seu, com carne desfiada entre os dentes, seu coração
explodindo em vida após uma noite sem os sonhos e lembranças que costumam
atormentar suas brandas noites sem luar.
segunda-feira, 7 de julho de 2014
Sonho de uma noite de verão
E o orkut acabou, e eu não realizei um sonho...
Como toda garota eu sonhava com um príncipe encantado,
junto com a idade do sonho de um príncipe encantado, veio uma chuva
digital de mudanças comunicativas. O orkut era meu cenário de contos de
fadas moderno.
Eu sonhava que meu príncipe encantando não viria
num cavalo branco, e sim seria aquele que me mandaria um testimonial com o
trecho “Bem sei da sua dificuldade na terra, farei o possível pra
morar contigo na pedra” da música Ana e o Mar.
Ele me mandaria um testimonial com esse trecho sem que eu falasse
nada de minhas preferências, e eu saberia que aquele era meu príncipe, o amor
da minha vida, com química de alma, e sincronicidade de pensamento, apareceria
um arco íris de coração enorme em volta da tela do Pc, e ai então, ele seria
digno de morar comigo na minha pedra do meio do mar que é melhor que qualquer
castelo.
É uma coisa fofa, boba e bonita que eu lembro, acho que esse
foi o último fôlego da inocência de princesa em mim, e quando
tive a notícia do orkut, me veia a tona essa lembrança.
Infelizmente acabou o orkut, não gosto mais dessa música,
não acredito mais em contos de fada, beijei alguns sapos, nunca conheci
príncipes, só um tal de rei do camarote.
Mas ainda acredito na minha pedra no meio do mar, e talvez um dia
retire o que eu disse...sobre a música.
quinta-feira, 3 de julho de 2014
Os vampiros que se mordam
Não tenho
silicone, odeio pentear o cabelo e não quero um Iphone. Pessoal me acha
esquisita “essa menina onde vai deita e dorme”, descabelada, largada e
desapegada da filosofia você é o que consome.
Tem gente
que se chateia, tenta me impor auto estima, jura que eu sou assim porque me
acho feia, e quem disse? Quando eu quero também subo no salto, passo 212 e faço
canalhice.
Não sou
escrava de nada,
incomodado que se mude, então vira a cara se não quiser me ver no Vila Conte de cara lavada, valores trocados é a característica dos jovens adultos da minha geração alienada, então faz um favor e não derruba minha cerveja que é sagrada.
incomodado que se mude, então vira a cara se não quiser me ver no Vila Conte de cara lavada, valores trocados é a característica dos jovens adultos da minha geração alienada, então faz um favor e não derruba minha cerveja que é sagrada.
Confesso que
exagero, tem coisa que até eu acho um absurdo fatal, mas meu subconsciente me
sabota e não é proposital que eu chego de havaianas e viro piada local.
Mas tudo bem
pra mim, gosto bem assim, e quem me ama acostuma e vê que não é bem assim,
simplesmente tem coisa que não é pra mim.
No sexto pecado
capital, acho que nunca vou ser considerada dentro de um
padrão normal nessa cidade onde a maioria quer ser o que não é e igual, passo
minha vez pra quem sabe lidar com isso de forma natural.
Vaidade ta
na moda, é cult, é chic, é style, é foda! E humildade? So last season ninguém
usa desde o ultimo verão junto com a verdade.
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