segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Mas eu ainda não encontrei o que eu estava procurando

Eu não minto.
Eu quase nunca minto.
Eu não quero reclamar ou lamentar, na verdade a tristeza se tornou mais uma forma de introspecção analítica para mim com o passar dos anos, tristeza é como se eu me visse de cima, me perguntando "Por que diabos te entristece o que está lá embaixo tão pequeno?"
A tristeza me acalma, e só hoje eu fui perceber isso, através dela não me importa como vai ser meu dia, não me importa minha boa ou má educação, não me importa as pequenas coisas irritantes, não me importa os grandes problemas pessoais e as crises mundiais, mas como já disse nada é grande visto de cima.
Eu não encaro a tristeza de frente porque ela afronta, e sabe afrontar, deixo que ela paire como um espírito abandonando um corpo com picos de insanidade, tristeza chega até a ser bonito.
Hoje eu fiz as pazes com minhas tristezas eu poderia exorciza-la como uma legião de demônios, mas eu não quero. Deixa ela caminhar do meu lado um tempo, minha bebida vai ficar mais forte, minha paciência mais longa, tô pra dizer que qualquer dia desses chegarei a receber tristezas com alegria.
Uma boa noite e novos dias, pra você, pra ela, e pra mim.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Libertar, ou interrogar?

Do que você precisa se libertar?
Eu não acredito no que é bonito, eu não sinto o que acalma,
eu penso que não gosto do agrado, eu finjo que não tenho alma.
Do que você pode me libertar?
Eu lamento o que já foi, me arrependo do que poderia ter sido,
amo o que não existe, odeio não estar mais perdido.
Do que eu eu preciso me libertar?
Eu tremo de incerteza, eu temo o (muito) prazer, eu desfruto de um mau fruto, o que é bom eu me forço à não merecer.
Do que você precisa me libertar?
Eu preciso ter paciência, gritar baixo e correr devagar, eu quero ficar sozinha, mas sem que eu saiba, que seus olhos fiquem a me vigiar.
O que é nós (libertar)?
Eu não sei fazer nada direito, aliás tanto não sei fazer, que não aceito se vai além, chega a ser desesperador um sentimento que me faz bem.
Você poderia me libertar.
Eu prefiro agredir minha vontade, não quero ver, e  toda hora tenho saudade, sinto muito se nem eu sei de mim, de toda as incertezas a certeza que encostada em seus braços esqueço de ser assim.
O que um abraço pode libertar?



terça-feira, 14 de maio de 2013

Se quiserem levar algo, eu deixo que tirem de mim



Na fraqueza, desisto por cansaço e falta de vontade de enxergar qualquer saída, desisto também por ser forte demais, como se não me atingisse quando abro mão de outra e mais uma outra coisa, eu quase não sinto, consigo passar por tudo, por cima de mim, mas uma força oculta esta escondida, joga e escancara tudo na minha frente, eu sei as respostas, eu não consigo...eu sei as respostas, eu não gosto de ver.

O que é certo sempre está na cabeça de quem pensa que está, a minha agoniza no medo.
Medo do errado, medo de desmoronar, medo de permanecer estagnada em cima de um muro onde ninguém pode me ver. NINGUÉM PODE ME VER!

Não nego que agradeço pela indiferença e a frieza que com o penar cultivei, fazendo com que eu me sinta mais determinada, mais madura talvez, porém volto à força oculta. Como um desígnio a desprezar por sempre temer o amanhã, o amanhã me traz a vaga lembrança da morte, eu gosto da morte, do amanhã não, mesmo que ambos tão incertos as pessoas não opinam fracasso na hora da morte, se fracassar no amanhã, fudeu.

Somos tão redundantes, e nem vemos isso, passamos uma vida de sofreguidão juntando matérias em busca de algo que sempre acabará na morte, vivendo como se nunca teríamos de enfrenta-la, fazendo aquilo o que não queremos até o dia que ela chegue, para conquistar méritos que servem exclusivamente para serem expostos em uma vitrine do senso comum social.

Pensamos com superficialidade  que desistências e  fracassos são o errado, não vemos o quão esses acontecimentos são pilares, feitos para que se sustente altas doses de resistência e sabedoria, e não conseguimos tirar proveito disso por estarmos passando mais tempo procurando ter medo do que nos apontam, e à pontar ao outro do que mergulhando nos prazeres e desprazeres de morrermos sem ter deixado nada além do que uma vida conhecendo a nós mesmos.