terça-feira, 11 de novembro de 2014

Hannibal

De todas as causas e efeitos, o que me coloca em risco são os olhos que eu nunca comi, e por falta de uma indecente sabedoria, inventei uma tabela de dilemas que decifram olhos que nunca vi.
Olhos castanhos que eram mel e depois verdes, chegaram ao tom de olhos cor de ana se perde, com pintas em órbitas arrebatadas de uma galáxia profunda e vazia.

Os olhos marrons-claro-rasos adjetivam não só as cores. Raso e vazio.

Sou esfinge devoradora de olhos, satisfeita em comê-los cozidos e bem fechados para que eu não veja o degrade de mentiras rebuscadas em suas cores. 
Os olhos mentem em suas cores, e não só de cores vivem e mentem os olhos, (em todos) o meu reflexo eu vi em uma terra de olho por olho, devora-me ou te devoro, que eu já não enxergo mais. 
  

  


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