quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Mensagem subliminar

Ana acorda!

Uma figura desfocada que passou no meu portão durante o sono de um sonho quer afrontar o meu sistema, me implanta pensamentos desnecessários e com seus traços me envenena.

A figura era cega, deforme, mutável, com feições tão conhecidas que me põem em decadente reflexão irremediável. Já não me inquieta a vida? Será que ao menos não posso dormir o sono dos justos sem sustos?
Eu persegui a figura do portão durante o sonho, foi o sonho da minha juventude. O que eu consegui?

Caleidoscópio de emoções e metamorfoses.

Fugindo e sempre em movimento, de várias formas a mesma coisa repetidas vezes, há falta de argumentos que possam explicar o quanto é desesperador conhecer e não ver, ver e não saber, querer e não ter.

Ao dormir se ama, ao acordar se odeia, ao viver se mata.

 A morte do amor me deixou um legado de dúvidas, fez um quebra cabeça da minha carne retalhada com as tragédias do meu mundo, e este está espalhado em inúmeras dimensões, eu não posso montar.

Posso como desculpa projetar minhas frustrações na figura, já que ela não é nada além de uma insignificante deformidade espectral invasora de sonhos. Que vague com sua cegueira no seu caminho roubado da minha mente, que vá para o inferno e nunca saia!

Se tenho necessidade de corpos e palavras em forma de catarse, é para cegar minhas atitudes no plano das ações, para que eu possa alegar que sou eu a minha própria criatura, é inadmissível que ela ainda seja reflexo de outras pessoas. Te asseguro que não é.


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